“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por meio dos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos. (At 2.42-47).
Evangelista Lucas narrando a história dos primórdios da igreja primitiva em Jerusalém, descrevendo de modo resumido como viviam os primeiros convertidos ao cristianismo. Nestes versículos, Lucas destaca as características essenciais do verdadeiro discipulado.
Necessário para demonstração de que não se tratava de mais um doutrina ou movimento religioso ou filosófico, antes uma ação divina real que estava promovendo mudança de vida, comportamento e relacionamento entre as pessoas.
Pela narrativa do texto, evidencia-se a profunda e real comunhão que existia entre os crentes de Jerusalém. A palavra “comum” tem forte tom, e designa um modo de vida pautado nos ensinamentos de Cristo sobre o amor e o cuidado fraternal.
Depois de 2000 anos, e tomados pela influência do individualismo moderno, temos grande dificuldade de viver a comunhão experimentada por estes primeiros cristãos. Porém, por se tratar de ensino bíblico, um ensino de Cristo, precisamos nos esforçar mais para praticar o amor e o cuidado fraternal. Nunca foi fácil esta tarefa, por isso o texto começa com a palavra “perseverar”. Será que isso que está faltando na vida cristã deste século? Perseverança? Com a graça de Cristo, vençamos o individualismo atual, pratiquemos a comunhão fraternal, e perseveremos nisso, apesar das dificuldades que isso requer.