“Deus perguntou: — Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu da árvore da qual ordenei que não comesse? Então o homem disse: — A mulher que me deste para estar comigo, ela me deu da árvore, e eu comi. Então o Senhor Deus disse à mulher: — Que é isso que você fez? A mulher respondeu: — A serpente me enganou, e eu comi” (Gn 3.11-13).
Narrativa do autor de Gênesis, tradicionalmente atribuído a Moisés, para registro a toda humanidade, em especial ao povo de Deus, expondo como o primeiro casal, criados diretamente por Deus, em plena capacidade do exercício do livre-arbítrio da vontade para o bem ou para o mal, acabaram por escolher desobedecer a Deus.
A inconsequência, a irresponsabilidade, a insensatez ou leviandade, estão por trás das nossas atitudes e de nossas intenções do coração, quando procuramos nos isentar da culpa que nos pertence, inclusive pelo artifício de transferi-la para alguém, como foi o caso de Adão, que a transferiu para a mulher, e de Eva, que a transferiu para a serpente.
O texto de Gênesis 3, e a Escritura toda, ensinam que Deus não se deixa levar pelas enrolações das nossas palavras, nem deixa de aplicar com justiça a disciplina exata sobre quem é o real autor do mal.
Nós não conseguimos enganar a Deus. Até podemos enganar as pessoas, tentar transferir nossa culpa e responsabilidade para elas, e obter algum êxito. Mas isso de nada vai adiantar. Temos que agir perante as pessoas como devemos agir perante Deus, com sinceridade e verdade. Se erramos, se somos responsáveis, Deus sempre saberá disso e nos tratará com justiça. Decorre disso que devemos assumir nossos atos perante as pessoas, enfrentar a realidade dos fatos e, sendo sinceros e verdadeiros, confiar na misericórdia e bondade de Deus para nos ajudar a lidar com a situação.