Defensores da fé

…estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm” (1 Pe 3.15b).

Palavras do apóstolo Pedro, um dos doze discípulos de Jesus durante seu ministério terreno, dirigidas aos crentes da dispersão (cristãos espalhados pelo mundo romano da época) que estavam enfrentando, já em meados do primeiro século da era cristã, as adversidades e afrontamentos do mundo pagão no qual estavam inseridos. Nos versículos imediatamente anteriores, Pedro fala de maltrato, sofrimentos, ameaças e angústias como experiências daqueles crentes, ainda que eles estivessem sendo praticantes do bem e da justiça.

Neste quadro desafiador, Pedro não incita a revolta ou vingança física, a defesa da fé pelas armas ou violência, antes, exorta aos crentes a que fizessem sua defesa da fé pela explicação, exposição do conhecimento, apresentação das razões, de modo que seus algozes viessem a entender a esperança que fundamentava suas vidas.

Para Pedro, somente agindo desta maneira, os cristãos dariam verdadeira demonstração de santidade, ou seja, claramente levariam os incrédulos a perceber a força que a presença santa de Cristo fazia nas suas vidas, como ele as transformava e como o conhecimento de Cristo e da esperança que ele lhes havia dado os capacitava a reagir de modo diferente do que se esperaria de quem se deixasse levar pelos seus instintos carnais de autodefesa.

Nos dias que vivemos, o mundo continua nos sendo hostil, independente das práticas do bem e da justiça que fazem parte do nosso viver, assim, também, sofremos os enfrentamentos dos que hoje se opõe ao cristianismo, à fé cristã e ao modo de viver do cristão sinceramente piedoso.

Neste nosso contexto, o ensinamento de Pedro continua sendo atual, exortando-nos a sermos defensores da fé. O termo empregado por Pedro, traduzido para o português como “responder” foi a palavra grega “apologia”, que significa defesa verbal, discurso de defesa, afirmação ou argumento raciocinado.

Como quis Pedro para os crentes de seu tempo, seu ensino também hoje nos exorta ao conhecimento e entendimento da fé para que tenhamos pronta capacidade para apresentar as razões da nossa esperança em Cristo.

Observe porém, que esta exortação de Pedro não é dirigida especificamente aos líderes, aos epíscopos da igreja, mas a todos os crentes em geral, a todos que estavam sendo sujeitos às adversidades dos incrédulos, do que entendemos que se aplicar ao estudo e preparo para uma defesa racional da fé é tarefa de todos os crentes. Com a ajuda de quem? Sim, a igreja tem em seus líderes os seus mestres, sobretudo conta com o auxílio do Espírito Santo para iluminar seu entendimento. Mas isto não exime que cada crente se esforce e se empreenda em buscar direta ou indiretamente o conhecimento que o capacite a fazer apologia da sua fé.

Irmão e irmã, se está no comodismo intelectual, é hora de sair dele e partir para uma vida na qual estudar as Escrituras, buscar conhecer a Deus e sua fé são itens obrigatórios.