Gratidão, a memória do coração

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5.18).

Antístenes, fundador da escola cínica na antiga Grécia, dizia que a “gratidão é a memória do coração”, querendo dizer, com isso, que a ingratidão começa no esquecimento. Sim, a falta de gratidão pode ser uma manifestação infeliz em uma pessoa que não leva mais em conta tantos e tantos benefícios e dádivas já recebidas no seu passado. Se olha para o passado com tanta negatividade, se vê o seu presente com tanta negatividade, que visão tem o ingrato de seu futuro? O que espera dele?

binary comment

Para nós cristãos, exortados como somos pelo apóstolo a dar graças em tudo (1 Ts 5.18), é fundamental preservarmos a boa memória das graciosas bênçãos de Deus dispensadas sobre nós diariamente. Boa memória das bênçãos recebidas, gratidão mantida no coração.

Mas, como esquecer as coisas boas? Como podem ser apagadas da memória as bênçãos recebidas? Talvez não possam, porque coisas boas são marcantes e costumam ficar gravadas. Pode acontecer, porém, dos muitos problemas, adversidades e tristezas do presente momento, funcionarem como uma neblina, um obstáculo, se sobrepondo de tal modo às coisas boas que seja mais fácil lamentar-se pelo mal do presente do que agradecer pelas bênçãos passadas.

Considere isso, entretanto, Deus sempre nos ajuda e socorre em todas as coisas. Talvez o socorro necessário para o momento da adversidade, quando a mente for tomada pelo esquecimento, seja de orar como Jeremias:

“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele” (Lm 3.21-24).

Ou como o salmista:

“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios” (Sl 103.2).

Finalizamos com esta advertência: A ingratidão começa no esquecimento, prossegue o seu curso na amargura e termina na perda de grandes amigos. Contra isso, sigamos o mandamento do apóstolo: Em tudo, dai graças.