“Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. Resistam-lhe, firmes na fé” (1 Pe 5.8-9a).
Como você se sentiu depois de fazer uma boa ação, de agir com correção, honestidade e justiça, beneficiando não só a si mesmo, mas também ao seu próximo? Como ficou seu estado de espírito depois que realizou o bem? Com certeza, sua resposta, como a minha, é a de que nos sentimos muito bem ao fazer o bem, ficamos intimamente recompensados, realizados, satisfeitos em todos os nossos atos de bondade para com nosso próximo, em especial, para aqueles que estavam carentes de socorro e ajuda solidária e amorosa.
Dito isto, entendemos porque as boas ações e a prática do bem fazem tão bem às pessoas. Ela traz união, cria vínculos e fortalece os relacionamentos. Por isso que, tanto quem faz o bem quanto quem dele se beneficia se sentem tão bem.
Nas Escrituras, várias são as passagens que nos exortam e estimulam às boas obras e ao bem. Exemplo:
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).
“procurem fazer o bem diante de todos” (Rm 12.17b).
“E não nos cansemos de fazer o bem, porque no tempo certo faremos a colheita, se não desanimarmos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.9-10).
Mas há o outro lado da moeda nesta questão. Pedro nos alerta a vigiarmos sempre as investidas do maligno (1 Pe 5.8-9). Satanás é tão pernicioso e perverso, que aproveita todas as oportunidades para nos tentar ao mal. Você já ouviu a expressão comum de ser dita quando as boas obras e o bem são feitos: “Você deveria se orgulhar disso”? Creio que sim. Orgulho, nesta frase, não é empregado no sentido negativo ou pejorativo. Trata-se apenas de um afago de pessoas reconhecendo o que você fez certo, dizendo que você deveria se sentir bem com isso. Não há nenhum mal nisso. Entretanto, o maligno está sempre semeando o mal, e pode ver ocasião para lhe lançar a semente da soberba em toda esta questão, para tentá-lo.
É que, diante de elogios justos pelas boas obras e o bem que praticamos em favor do nosso próximo, podemos por sugestão do maligno, nos convencer como somos de fato bons demais e excelentes benfeitores, talvez mais até do que muitas pessoas que conhecemos, ou quem sabe, além do que já seria suficiente para qualquer outro cristão. Veja, então, que o mal que vem do maligno, pode vir de todo lado, mesmo dentre um contexto de boas obras e prática do bem.
O que fazer? Vamos deixar de ser bons e de fazer o bem para não dar ocasião ao diabo? É evidente que não, nem mesmo diminuir um pouco seus feitos por causa dele. Nossa correta atitude foi expressa por Pedro. Enquanto vigiamos seus ataques, também devemos lhe resistir pela fé. Trata-se de uma batalha do crente com o maligno, na qual o cristão deve a todo o momento vigiar para manter fechadas todas as brechas buscadas pelo maligno.
E esta é uma batalha que só pode ser vencida pela humildade. Veja o que diz Tiago:
“’Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes’. Portanto, sujeitem-se a Deus, mas resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês” (Tg 4.6b-7).
Façamos o bem, pratiquemos as boas obras, o quanto tivermos oportunidades. Isto agrada a Deus e é muito agradável para nós também. Mas não abandonemos em nenhum momento a humildade, para nos assegurar que, em meio ao bem, o maligno não faça surgir o mal.